quinta-feira, 6 de junho de 2013

Esquerda, Direita, Direita, Esquerda, volver

Pensar na estrutura política e partidária no Brasil nos faz ver algumas ondas e movimentos interessantes desde a época dos "coronéis", vale aqui a política café com leite até os coronéis do Maranhão e Alagoas, respectivamente Sarney e Collor.

No princípio eram Arena e MDB, neste cenário ambos defendem os interesses dos poderosos, o Arena, de extrema direita, defendendo o sistema estabelecido e o MDB, centro-direita, o empresariado, estes com o apoio popular, mas sem uma política ou demonstração de preocupação com o proletariado.

E depois de tantos anos de ditadura é engraçado ver que a primeira eleição foi vencida por um cara bonitão, um coronel, ou seja, não adiantou nada, quando conseguiu-se as famosas diretas, a mídia levou o candidato com discurso de direita renovada, com práticas de centro direita, como a abertura da economia, a vitória.
A mesma empresa de mídia, a Globo, que ganhou importância no período da ditadura, antes não era forte assim.

Mas em 1990 ainda era tudo muito novo e é compreensível que o cenário ainda fosse obscuro enquanto aos partidos e suas posições na época, mas com a saída do Collor e a entrada do Itamar, tivemos no FHC uma figura que com uma medida econômica eficiente, um apelo de empresariado e proletariado, com uma postura de centro esquerda e o surgimento dessa interação com a população brasileira.

Foi a partir da eleição do FHC que a esquerda começa a tomar mais força, pois o povo agora se vê como parte do jogo e no próprio governo FHC surge uma ferramenta de manobra perigosa, os "bolsas da vida", pois o bolsa família que existe hoje, foi criado para integrar e unificar ao Fome Zero os programas implantados no Governo FHC: o "Bolsa Escola", o "Auxílio Gás", o Bolsa Alimentação e o Cartão Alimentação. Ou seja, hoje pode-se controlar boa parte dos populares e seus votos, sendo que uma infindável promessa de novos benefícios é base para ser eleito ou não hoje, mais do que a melhoria do país.

Neste novo cenário o PT assume como um partido de esquerda e coloca Henrique Meireles, parte importante da política econômica vigente até então, para cuidar dessa área crítica e mantém o status quo, diferente do que poderia se imaginar, e começa a explorar a imagem do Sindicalista que ascendeu ao poder, o Lula, que cria uma espécie de mito para boa parte do povo brasileiro.

Mas sabiamente, o PT não se manteve na esquerda, agora no poder, está ao lado do empresariado, vide a próxima relação com os bancos privados e até Eike Batista e Dilma constantemente em diálogo, o que fez o partido de centro direita, igual ao PMDB, seu grande aliado neste período de 11 anos, ou seja o PMDB deixou de apoiar um partido de centro esquerda, para apoiar um de ideologia igual, por mais que tenha o discurso diferente.
Pois hoje não mais é necessário que se tenha um governo popular, basta, enquanto o Lula viver, precisa-se somente de um discurso populista. E proximidade do empresariado garante a governabilidade do país a perder de vista.

Nisso o PT conseguiu fazer o extremo oposto que a Venezuela e Bolívia, pois além de ter um carismático como líder, eles, o PT, não tomaram o controle do país demonstrando força, vide o mensalão, mas sim, tentando entrar no jogo e ir mudando as regras conforme o tempo passava.

Hoje não temos nem direita de verdade nem esquerda, ao menos estruturado e com força.
O último que tentou pela direita foi o Enéias, com um discurso de soberania nacional extremista e acabou se elegendo para deputado federal, do lado da esquerda a Marina Silva aparece como uma opção, mas seus partidos não têm força e isso mina a exposição destes na mídia, que é o que ganha votos na prática.

Nas próximas eleições veremos uma briga de ninguéns, ou seja, Dilma, que ainda é a sombra do Lula, no PSDB o Aécio (que vai responder pelo mensalão de MG) não tem representatividade fora de Minas, assim como Alckmin e Serra não tinham fora de São Paulo e outros representantes como Marina Silva, tentando trazer algo novo, espero que este cenário melhore, pois essa dança de cadeiras que vemos hoje está muito ruim. 

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