segunda-feira, 27 de maio de 2013

Justiça nos tribunais vs com as próprias mãos

Justiceiro é um termo velho e que tem que goste e que abomine, mas o fato é que existem e talvez o contexto social e político maximize ou minimize a aparição desses.

Em filme Hollywoodiano tem de monte, aquele que perdeu amigos e parentes, ou que é perseguido pelas autoridades e vai atrás de justiça, ou seja, nos EUA o justiceiro é o mocinho, mas em geral ele não é tão bom assim.

Em tempos de bandido atacando polícia, muitos policiais sacam as armas frias e esfriam muitos os seus possíveis agressores, na clandestinidade, certo ou errado, isso acontece.

Mas eu acho que acontece mais porque a justiça nos tribunais e nosso sistema penal é uma porcaria, demora para julgar, solta fácil, sob a alegação de cadeias cheias, cria um depositário de gente em qualquer lugar, mas prende os bandidos, depois vamos avaliar os crimes mais graves e colocar esses caras no depositário de gente e os menos graves vão para prisões melhores onde se prepara esse preso para voltar ao convívio social.

Mas por que esse tema? Acho que um sinal amarelo acendeu essa semana que passou, um homem resolveu acabar com um problema que eventualmente a polícia ou o condomínio não resolveram e se trajou de justiceiro, mesmo que para um assunto fútil, e matou um casal de vizinhos deixando a filha deles órfã, um crime bárbaro fruto de quê, de um maluco psicopata ou de um estressado que não acredita que vão resolver o problema dele e teve um surto psicótico? Eu acho que o segundo, afinal depois de ver o absurdo que fez, se matou.

Quantos não pensaram que o Renan, o Maluf, o Dirceu e outros políticos podiam morrer? Quem nunca ouviu alguém "brincando" em jogar uma bomba em Brasília, no congresso, o que nos livraria de tantos bandidos, esse estres de corrupção desenfreada sem punição, com políticos fazendo o que querem podem sim gerar justiceiros políticos, mas isso é uma temeridade, pois cada um entende justiça sob sua ótica e sem um juiz moderando os conflitos, resolvendo tudo a bala, a premissa do contraditório não existe e acho que caminhamos para isso.

O poder de conter o caos e uma guerra civil iminente, assim como uma ditadura articulada pelo governo é do Judiciário, tanto melhorando nosso sistema penal, como agilizando os prazos em que corre um processo, reduzindo os recursos em tantas estâncias quanto se quer e sem liminares a perder de vista para atrasar os julgamentos e capacitando melhor a polícia, inclusive pagando maiores salários a quem sai as ruas e não só a delegados.

Espero que esse alerta da barbárie em um condomínio de alto padrão seja um alerta falso, pois temo que estejamos caminhando para dias ainda mais difíceis.

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Polêmicas, como tratá-las? Temas como Homofobia, Proteção dos Animais e Aborto

Discussões sobre o aborto, proteção dos animais, da natureza, defesa da mulher, respeito aos idosos e deficientes nas vagas exclusivas, tudo isso o facebook nos mostra todo dia, cada um com sua visão e versão, alguns mais radicais e outros mais reflexivos, e é daqui que começo a desenvolver uma idéia...

O Homem
Como escreveu Thomas Hobbes o Homem é o Lobo do Homem, que sem um contrato social, onde todo ser humano abre mão de um pouco da sua liberdade e livre arbítrio, para que possamos viver em sociedade, não conseguimos viver em paz.

Esse contrato social é estabelecido com o Estado, que deve ser soberano, segundo ele a representação do Leviatã, o grande monstro dos mares grego, citado também na Bíblia  por ser temido e respeitado, acima da vontade do indivíduo, ou seja, cada um pode ter sua opinião, mas as leis servem para que o melhor para a sociedade prevaleça.

Os debates sobre a composição das leis e costumes são ainda mais antigos, na polis grega, os senadores tinham a incumbência de deliberar e filosofar sobre idéias e o que era melhor para o todo, mas o Homem sempre foi o Lobo do Homem e a corrupção, a venda do seu direito de pensar e expor sua opinião podia facilmente ser comprada em troca de poder, dinheiro ou o que mais valesse a pena para o próprio benefício.

Ou seja o bem e o mal, vindos do fruto da árvore proibida, a do conhecimento, estão presentes em todos os Homens e somente artifícios como regras (podem ser costumes, valores etc), punições e o medo, podem fazer com que um grupo muito maior de pessoas se relacionem em "paz".

Os dias atuais
A relevância e importância dada aos temas são confusos, são moda (da matemática mesmo, que repete-se algumas vezes e já tende a se manter) e se preocupa com o que aconteceu e não o que gerou.

Em dias em que se os pacientes do SUS morrem nas filas e faz-se filtros e mais filtros para que se priorize pacientes críticos etc, da classe média à classe alta.
Pede-se por um hospital para animais antes de se atender aos menos favorecidos, ou seja, já livraram o dele e o da sua família e que se dane o próximo, com o argumento de "que tem animal melhor que gente..." etc etc, traduzindo: pimenta no dos outros é refresco...

Homofobia / Humanofobia
Quais são nossos valores? O que queremos ser???

Por que desrespeitar um homossexual tem que se tratar como prioridade em relação ao índio, ao negro, ao crente, ao pai de santo etc?
Primeiro que preconceito de cor (raça é humana para todos) é o maior absurdo possível, cada um nasceu do jeito que é e tem que ser respeitado. Piadinhas não vejo como preconceito e nem vou me alongar.
Religião, sexualidade, time de futebol etc são passíveis de escolha e você tem o direito a não gostar das escolhas dos outros e inclusive de não querer ficar perto, mas desrespeitar não, de qualquer forma.

Sejamos contra a humanofobia, ao hitlerismo e movimentos similares, respeitemos os diferentes e as diferenças, pois ao pensar podemos escolher o caminho a seguir, mas o contrato social proposto por Hobbes, é necessário para que haja paz.


O Aborto
Eu nunca fiquei grávido e por ser homem não ficarei, não sei, nem saberei como é, se é bom ou mal, vou sofrer pelo parto, com enjoos e tudo mais, não sou apto a discutir a gravidez e por isso não sou apto a justificar a interrupção ou não.

Existem tantas mulheres em diversos campos de conhecimento, religiosas ou não, que poderiam travar um debate mais profundo e amplo, por que os homens querem se meter de forma conceitual em um problema real? Elas sabem a parte conceitual tanto como os homens, com o conhecimento adicional de serem as maiores interessadas no assunto.

Vi uma palestra promovida pela HSM de alguns pesquisadores do MIT que o desenvolvimento de próteses cresceu, quando pessoas que tinham membros faltantes, entraram  na pesquisa, pois eles não querem, mais leve etc, eles querem algo que os ajude no dia a dia, que tenham um pouco de cada coisa na medida que os ajude, quem não passa por isso, não consegue ver esse lado da história.

Mais uma vez pimenta...

Como sair dessas polêmicas
Esses como outros assuntos são tratados por apaixonados radicais, cegos para as opiniões divergentes e detentores da verdade etc
A verdade é que diferimos de pensamentos em diferentes assuntos, isso é natural, podemos argumentar e debater, mas temos que respeitar o próximo, temos um contrato social para honrar, não continuemos sendo lobos de nós mesmos, evoluir é preciso, talvez seja possível...

domingo, 19 de maio de 2013

Pathétique - Sinfonia número 6 de Tchaikovsky

Comecei a gostar de música clássica não faz muito tempo, mas logo de cara tive o prazer de escutar uma sinfonia que me marcou muito, com a sorte de ter uma Maestro paciente, de nome Cláudio Cruz, que fez questão de explicá-la em detalhes antes de executá-la e assim ela ficou ainda mais marcante.

Primeiro recomendo que quem tiver a oportunidade vá escutar os músicos da Orquestra Jovem do Estado de SP, são muito bons, nossa experiência foi na Sala São Paulo, que ajuda ainda mais!
http://www.emesp.org.br/pt/secao13/28/26/2/Orquestra-Jovem-do-Estado/
http://www.osesp.art.br/portal/paginadinamica.aspx?pagina=salasaopaulo (confira a agenda que tem muita apresentação gratuita).

Segundo o maestro uma sinfonia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinfonia) compõe-se de quatro movimentos, tradicionalmente na ordem: o primeiro é um resumo da sinfonia, com variações ritmo e intensidade, o que faz com que seja um movimento pensativo, que lhe prepara para os movimentos que virão.

O segundo movimento é uma dança, Valsa ou Minueto, conforme a época, que é suave e cadenciado.

O terceiro movimento é uma introspecção, profunda, densa, mais lenta e pode chegar a ser triste.

O quarto movimento é acelerado, intenso, subindo para o grand finale, onde entram as batidas, pratadas e tudo mais para que se acabe no auge.

A Pathétique muda tudo e é tudo mesmo, mesmo com uma só inversão. http://pt.wikipedia.org/wiki/Sinfonia_n.%C2%BA_6_(Tchaikovsky)

As duas primeiras respeitam a ordem normal e vão em uma delicadeza e paz perceptíveis, introdução forte, belíssima valsa e depois vamos ao ápice no terceiro movimento, é quase como que como faltasse uma parte, todos aplaudem o movimento, aquela sensação de que melhor não fica e então começa o quarto movimento, sofrido, dolorido e profundo, caminha como se a música fosse acabando, até que batidas de coração começam a soar nos contra baixo, de arrepiar e vai morrendo, morrendo até que acaba, triste e inexplicável, o que Tchaikovsky quis com isso e quais contextos nessa criação?

É sabido que Tchaikovsky morreu poucos dias após a exposição da sexta sinfonia e essa batida de coração parando foi quase um bilhete anunciando sua morte.

Por mais que oficialmente tenha morrido por cólera, mesma morte de sua mãe, mas o que se especula é de que ele teria se suicidado, em todas as teorias que li, o motivo é o de ser homossexual, que como era considerado crime na época, ele resolveu findar a própria vida, antes de que o fato se tornasse público.
Alguns dizem que o suicídio foi mandado pelas autoridades da época e ele teria tomado cicuta, mesmo veneno que Sócrates usou em sua morte.

Neste novo contexto, os sentimentos variam entre altos e baixos do primeiro movimento, com o romance da valsa no segundo movimento, com a alegria e êxtase do terceiro movimento e por fim a melancolia e depressão do quarto movimento que literalmente morre no fim, será que ele soube se expressar em sua arte??? É isso que os gênios faziam sempre em suas áreas de conhecimento.

Mais que a história é ótimo escutar a Sinfonia n6, Patética, de Tchaikovsky

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Corrupção, sacanagem política, tem limite?

Comissão de Ética liderado por pessoas sem ética, Comissão de Constituição e Justiça, liderado por políticos condenados pela justiça, Comissão de Direitos Humanos, liberado por um "humanofóbico", que desrespeita as pessoas sob a falsa bandeira da religião, mas de um radicalismo que não condiz com a mesma, o que dá para fazer?

"Ah tem que votar melhor", podem dizer, mas ai ferrou, com a massa manipulável que temos já era, deve ter outra forma, mas eu não consigo ver como sem ser com punição aos que são comprovadamente desonestos, ou seja, que comecemos prendendo os condenados pelo mensalão. A prisão destes representaria o estabelecimento de um limite, por mais que no extremo de um esquema gigante, mas um limite. Seria a primeira grande punição a políticos por corrupção dentro do cotiano de Brasília.

Mas enquanto esperamos a prisão destes, parece que estão nos desafiando, mostrando ao povo que eles fazem o que quiserem, colocando as figuras mais bizarras e contra princípios éticos e morais, como líderes das comissões permanentes, mais que um tapa, um soco na nossa cara. A sensação é que não tem muito para onde ir, que somos incapazes frente ao status quo estabelecido.

Sempre nessas horas em que se questiona a honestidade dos políticos e olha para o povo, lembramos no povo que quer se dar bem, a famosa lei de Gérson, a malandragem brasileira e o questionamento válido é que o Congresso e o Senado, nada mais que refletem o povo brasileiro, o que não deixa de ser verdade, a ideia é que o brasileiro não fica indignado ou puto com o político corrupto, ele fica é com inveja, que tem alguém que realmente se dá bem infringindo as leis, não só compra produtos piratas, usa gato para energia, TV a cabo, internet etc.

Em resumo, se queremos um país melhor, precisamos ser um povo melhor, para que nossos representantes nos reflitam e que isso seja bom. Moral da história, vai demorar muito tempo tendendo ao infinito para vermos um Brasil em que nos orgulhamos, mas nossos políticos podiam ao menos não tirarem sarro da nossa cara ao fazerem absurdos publicamente, já que não pega nada.